“Aqui vejo coisas que a mente humana jamais
viu
Aqui sofro frio que o corpo humano jamais
sentiu
É este o misterioso reino dos ciprestes”
(Vinícius de Moraes)
Não havia comiseração ou piedade
Atrás da máscara, não havia
Face, às cinco e meia...
... Madrugada, lua cheia que tardia
No horizonte, dormem crianças, lábios abertos
Olhos fechados, Vinícius
também dorme
Corpos inertes, vestidos de branco
Enquanto dormem, só os pescadores
Acordaram cedo, tarde da noite
Tão tarde, o medo da morte, cedo
Ela, paciente, espia o mar
É a hora de lançar as redes
Rumar os barcos ao infinito e navegar
Ao profundo e misterioso reino das águas verdes.
*Baseado
em “O cemitério na madrugada” de Vinícius de Moraes.