domingo, fevereiro 28, 2010

28 de fevereiro de 1778




Bastou um olhar de admiração e,
Aquela mulher ergueu-me do chão...


Não odeio meus inimigos
Mas detesto a superstição!



A Voltaire
(1694 - 1778).

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

Conspiração de Ziggy Stardust





Sou um astro, tens razão
Estrela pop em elevação
Na busca do autoconhecimento
Transformando-o em inspiração




Não pela contemplação
Mas pela ação
Depois da explosão...
“Five years” anunciou o Armaggedon




Meu cérebro espalhou-se
Repartindo os meus dons
“Soul Love” e seus tons, me fazem sentir imundo
Já não há amor verdadeiro pelo mundo
E não me iludo com essa questão




Um toque: Só almejo a autosatisfação
Está escrito, ouçam humanos esse clássico do rock
Prestem atenção, conheçam a canção
E saibam:
Antes da queda, a ascensão
O estrelato trouxe-me a perdição.




*Ziggy Stardust, personagem de 
David Bowie era um rockstar extraterrestre e o album conceitual: 
The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars (1972) narra sua saga glamourosa no planeta Terra, a ascensão ao mainstream e a sua queda.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

A Mulher Tocha





Uma triste canção me seduziu ao Cabaret
Pedi um drink, respirei fumaça, encostei-me no balcão
E estou tão frio quanto o resto da multidão


Aquela menina entorpece minha mente
Sua voz é sedutora e tímida, personagem inocente
Apesar dos olhos de felina delinquente
Irrompendo os sentidos, aproximo-me do palco num ato inconsequente


O som do trompete reverbera, ouço um eco
Ah, esquece... Tudo isso poderia ser um sonho
Ela é a tocha e ilumina o meu beco
Nas noites de Londres meus pesadelos são tão medonhos


Entre em minha mente, agora!
Segure-me, depois me queime
Estou rolando feito uma tora
Você é o tema, é a Mulher Tocha.



*Baseado em: Torch, canção do Soft Cell.

*Soft Cell é uma dupla inglesa formada por Marc Almond e David Ball no inicio dos anos 80.
As canções tecnopop do grupo descreviam amores e romances obscenos, além de narrar o lado sombrio da vida em temas como: Perversão, transsexualismo, assassinatos e abuso de drogas.
A essência obscura e pervertida das letras trouxe ao Soft Cell popularidade na emergente cena musical gótica.

*Fonte:
Dimery, Robert ‘1001 discos para ouvir antes de morrer’.
Wikipédia.

Torch: Soft Cell (1982)



*Fonte: Youtube

quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Sobre uma visita inesperada




”Para todas as coisas um tempo determinado”



De súbito, o poeta perdeu a inspiração
No púlpito, condenava-se a vaidade
Eis que, percebi tua serenidade


Confortavelmente apavoradora
Chegaste terna e dolorosa, imaculada
Vieste só, privacidade anunciada?


Mas, voltaste acompanhada
O elástico se rompeu, infortúnio!
Nada mais nos une agora


Lá fora, os sinais
Ficaram para trás, presumo
És forte demais para mim


Em luto, não aceito-a
A chuva que cai são minhas lágrimas
Tenho o corpo em minhas mãos
Mas, as almas que levaste, onde estão?


Reluto, faço um haikais
Preencheste tuas páginas da vida?
Descansa agora, querida
E assim como veio, vai


Os rumores de outrora
Transformaram-se em lamentos
Faz-se presente tua ausência
Nunca mais a terei...
Não conseguimos nos despedir, bem sei
Em padecimento, transbordar-me-ei.


*Baseado no Capítulo 3 de Eclesiastes.

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

As vésperas do matrimônio








Os convites já estavam na gráfica
E você, enfática e sarcástica
Trouxe-me a notícia trágica

Sorria, envolta em ironia
No cume da autoconfiança
Disse-me ereta: Adeus, acabou!

E, lançando-me sortes, suspirou
A impressão que tive
Não distribui aos convidados

Ficou marcada, como digitais
Nas faces marginais dos dados
Os dias que antecederam ao matrimônio
Calando-me, sobre os ísquios, resignei

Sempre lhe fui poltrão fiel
Mitigava os resquícios da dúvida cruel
Hoje seria o dia, lamento
Ápice da união, o grande momento
A mais nobre e doce expectativa
Transformada no meu maior tormento.



*Baseado em: O cheiro do Ralo, 
romance de Lourenço Mutarelli.

segunda-feira, fevereiro 08, 2010

Para não dizer que não falei de amor



Vou dizer-lhes o que guardo:
O maior dentro do menor
Sim, é isso!
Basta olhar ao meu redor



É o que me faz ir avante
O maior dos sentimentos humanos
Num pequeno órgão pulsante!
Sobre o futuro?, Um instante...


Muitas surpresas acontecerão, não tenha dúvida
Algumas serão maravilhosas, outras horríveis
Quanto aos ferimentos, em breve
Tornar-se-ão apenas cicatrizes.

quinta-feira, fevereiro 04, 2010

New York Dolls: os pioneiros do punk




O som punk teve sua certidão de nascimento carimbada na Inglaterra com os Sex Pistols e o lançamento do álbum: 'Nevermind on the bollocks' em 1977, mas o protótipo do estilo foi levado para a “Ilha da Rainha” por Malcolm McLaren que ‘gerenciou’ por breve período o New York Dolls, originária de New York e apoderou-se do conceito protopunk que a banda desenvolveu com a Factory de Andy Warhol.

Os críticos os chamavam de “caricaturas dos Rolling Stones” porém, todos concordavam que David Johansen e Johnny Thunders faziam um som cru e poderoso, como: Human Being, Frankenstein e Trash que narram cenários urbanos grotescos e desesperadores, além de conflitos amorosos ácidos e intempestivos, que mantinham de certa forma, a chama do Velvet Underground acesa.


Assim como os Dolls, os Pistols também adotaram uma tendência auto-destrutiva e ambas tiveram um início efêmero e avassalador. Esse conceito, McLaren levou ao pé da letra. Os Dolls, nem tanto.

No período 1973-74, o New York Dolls lançou dois albuns:
New York Dolls e Too Much Too Soon, sendo que, o “homônimo”, figura nas listas dos melhores pela crítica especializada, quando se trata de rock punk e glam-rock.

A banda reúne-se oportunamente e lança álbuns mesmo entre turbulências, separações, desavenças e troca de membros.
Eles possuem uma boa discografia que percorre três décadas.
Nos anos 80: Lipstick Killers - The Mercer Street Sessions 1972’ e Red Patent Leather1, e nos 90’s: ‘Seven Day Weekend’, ‘Paris Le Trash’, ‘Live In Concert, Paris 1974’.


Nessa década, respirando o século XXI: ‘From Paris With Love (L.U.V.)’ eManhattan Mayhem’.
Uma reunião em 2006 trouxe o álbum: ‘One Day It Will Please Us To Remember Even This’ e em 2009, chegou as lojas: ‘Cause I Sez So’.
Desde 2006, Sami Yaffa, que tocou com Johnny Thunders, assumiu o contra-baixo da banda.
Em trinta e sete anos de carreira, onze integrantes passaram pelo New York Dolls.


*Fontes:
  • Dimery, Robert ‘1001 discos para ouvir antes de morrer’

  • Wikipédia

Frankenstein: New York Dolls


Fonte: Youtube

quarta-feira, fevereiro 03, 2010

Como uma virgem






Não caminho sobre as águas
Caminho dentro delas
Opondo-me à sua resistência


Em desafio, transformando o ato de adentrar
Num rompimento leviano da quebra do paradigma
Percebendo que me conheço menos a cada dia


Faço um gesto, as mãos em concha
Bebo-te em grandes goles com consciência
Somos um e estou igual em mim mesmo


A mesma substância etérea nos compõe
Não me falta mais nada agora, nem prudência
Por dentro efervescência, por fora, displicência


Não necessito do teu frio, somos iguais em frigidez
Como um camponês, busco o conforto dos verdes campos
Nesse oceano sou só mais um entre tantos


Transbordo-me de felicidade, mas mantenho-me sério
Esse rito me fadiga, traz-me questionamentos existencialistas
Eu, tão grande quanto seus caminhos inverossímeis?


Olho para trás, não vejo rastro
Ficou a chegada
Apenas na areia, à margem


Como uma virgem, sem sofreguidão
Retorno sabendo que o teria quando bem quisesse
Não precisava mais prová-lo, nem tentá-lo e é isso que me ensoberbece.



*Baseado no conto: “As águas do mundo” 
de Clarice Lispector.

segunda-feira, fevereiro 01, 2010

Selo: "Esse blog merece uma parada obrigatória"




Recebi do meu amigo Bruno do Superlativo esse selo, deste modo, estou entre suas 5 indicações na "esfera blogspot".

Sinto-me grato pela indicação e pelo reconhecimento do trabalho que desenvolvo aqui.
Cabe a mim, indicar 5 blogs para também receberem o selo: