quinta-feira, outubro 29, 2009

1001 discos para ouvir antes de morrer



Em: "1001 discos para ouvir antes de morrer", 90 jornalistas e críticos de música internacionalmente reconhecidos apresentam uma rica seleção dos álbuns mais inesquecíveis de todos os tempos.
Abrangendo desde as origens do rock ‘n’ roll nos anos 50 aos mais recentes sucessos, este livro vai guiar você por diferentes tendências sonoras e mostrar o poder que a música tem de representar as aspirações e os sentimentos de toda uma geração.
Das canções dark e obscuras aos grandes sucessos populares, "1001 discos..." abrange a história da música em todos os seus instigantes detalhes.


Link: http://nobrasil.org/1001-discos-para-ouvir-antes-de-morrer/

terça-feira, outubro 27, 2009

Control (2007)





Control (Inglaterra, EUA, 2007), apresenta-nos um retrato de Ian Curtis, vocalista da banda inglesa Joy Division.

O filme marca a primeira investida do fotógrafo holandês Anton Corbijn como diretor de cinema.

O longa metragem foi inspirado na obra "Touching from a Distance", escrita por Deborah Curtis, viúva de Ian.
Filmado em P&B, tem como cenário a Inglaterra dos anos 70 e início dos 80.
A história mostra a carreira e a vida particular do músico que se suicidou com apenas 23 anos, um dia antes do início da primeira turnê da banda pelos E.U.A.
O ator Sam Riley é o protagonista e Samantha Morton, a esposa Deborah.
Além de relatar o início e a ascensão da banda, a história se aprofunda na vida pessoal de Ian e revela o talento e os problemas do rapaz, como a epilepsia e o caso extraconjugal com a jornalista belga, Annik.
O elenco conta com: Alexandra Maria Lara (Annik Honore), Tony Wilson (Craig Parkinson), James Anthony Pearson (Bernard Summer), Toby Kebbell (Rob Gretton), Harry Treadway (Steve Morris), Joe Anderson (Hook), Robert Shelly (Twinny) e Andrew Sheridan (Terry).


*Trecho do filme:



*Fonte: guia.folha/cinema.

terça-feira, outubro 20, 2009

Alguns solos são mais duros do que o coração do homem





Aviso a Louis Creed:

Existe um lugar que é mais duro que o coração do homem
Onde Gage Creed foi enterrado, acima do cemitério de animais
Caminho afastado por odores, coberto de pedras, cristais e tranças de flores campestres
Sem coroas ou mármore, muitas lembranças e dores naquele lugar rupestre.

Só estacas, epitáfios, último diálogo numa penúltima fala terrena
Pelas lápides do cume se calam na morada horizontal
Intensa sensação de perda, espanto seguido de elucubração plena
Nosso bebê foi atropelado, bem ao nosso lado.

Naquela rodovia, a culpa é minha, fui avisado:
"Acontecer-lhe-ão coisas fatais, doutor"
As pupilas transbordam resignação ou maldade?
Sobre o aviso, duvidei e ignorei, agora é tarde.

Consertarei o meu erro, tê-los-ei novamente presentes
Envolventes nos meus braços passaram a me pertencer
Vocês a mim, eu a vocês, desde então, tentem renascer
Cuidarei melhor de ti, antes que se corrompa nossa pureza
Querida Rachel, o que mais desejo é que retorne da morte!

É meu dilema, meu único padecer
"Às vezes a morte é melhor", disseram-me três vezes
"Tenha lucidez, Louis Creed", o velho avisou-me
"Esconda seu bisturi, senão... quem jaz, o encontrará
Proteja seu tendão, não desça ao porão".

Deturpa-se a alma da imagem antes bela, exaltação
De modo estranho, muda-se o espírito, profanação
O puro inexiste, é o risco do desígnio de minha razão
Brinco com as cartas; enquanto ela cava, aguardo no chão.

Cave e retorne pelo caminho para meus braços, Rachel
Com a única intenção de tirar-me a vida e irmos ao outro lado
Nisso, a fera se consola, liberta a tragédia que se move pelo jardim
Petrifica o coração, deixa-o obscuro, irrompe-se na escuridão.

Aquele caminho de lamentos infantis traz inumana desilusão
Vagaste no “Vale da sombra da morte” onde ninguém está preparado para recebê-la
Cavei num local sagrado, perdi a razão
Onde só há pedras e nenhuma oração.

Aceite, resignadamente, o chegar da morte
Ao enterrado, no terreno gentio, lamente
Abstrações marcadas na lápide, algo gentil, um nome, uma data
Dispense e anule as formas exatas da mente.

Presenteaste seus pares com uma maligna essência
Trágico jardim de beleza mais frágil do que a chama
Chama da vida que não se inflama
Morte precoce num silencio de veludo ocre.

Que propaga a tristeza e inunda rochas e ramos
Tenho-lhe dito: "Nunca enterre pessoas naquele lugar profano"
Não ultrapasse a linha que te mostrei
Abandone a demência, aceitei o que lhe falei.

No cemitério maldito o que nos retorna não é o que se enterra
Violaste a alma pura, secaste a fonte de domínio são
Ouviste um som de um funesto coração
Que não mais bate e nem pulsa compaixão.

Fruto que murcha, chama breve, tentei acendê-la pensando fazer o melhor
O anjo veio de forma grave, não compreendi o sinal
Não deixei os canteiros preencherem o seu quintal
Sabia ser efêmera, sua morada fatal.

No dia que o gato Church voltou, já não era mais o mesmo
Passeava entre os móveis sinistramente, não lambia-nos e rosnava raivoso
Cheirava apodrecimento e só rosnava, preparando-se para o ataque hostil
Grito em explosão era somente desilusão sobre desilusão
Falhei à medida que o sol se erguia, e, noite adentro, sem saída, entrego-me, entrego meu corpo, minha alma e minha razão.



*Baseado em ficção de Stephen King.
*Trailer: Pet Sematery - Direção: Mary Lambert (1989).

20 de outubro: Dia do Poeta



"Já dizia Pessoa:
O poeta é um fingidor
Mente e finge tamanha dor
Em palavra, verso desolador..."






*Extraído do poema: 
"Outros eus profundos"
Teatro da memória.

No funeral do tempo







I
Estou cansado, retorno ao início
Dias sem esperanças; as noites trouxeram suplícios
Memórias da infância remetem sevícias.



II
Seu rigor cronológico me envelheceu
Companheiro das horas, minutos e segundos profundos
Então sucedeu, meu relógio morreu.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Quero dizer-lhes o que só os cegos viram


Inerte, aquela velha árvore queimava-se
Na fuga, seus galhos estendiam-se aos rochedos
Os cegos disseram-me, quero vê-los.



17 palavras.

domingo, outubro 18, 2009

Ao covarde hesitante (só o tempo o aplacará)



Aquele que lutou foi abatido
Tem a boca cheia de terra, desfalecido
Mas, o covarde, alinha-se desinibido.


17 palavras.

sábado, outubro 17, 2009

No palco, a amnésia me aplaudiu



Pedi ajuda da memória, arruinei-me
Já pleno no palco, uma misteriosa hesitação
Perdi a máscara, assombrosa decepção.



17 palavras.

sexta-feira, outubro 16, 2009

Próximos tão ausentes







Na parede não há pregos
Também não temos quadros, fotografias nem lembranças
Apenas a cortina nos inibe.




17 palavras.

quinta-feira, outubro 15, 2009

Um dia, quero mostrar-lhes o que guardei







Outros povos, outras épocas, temporários

Absorvemos técnicas, construímos civilizações, degradamos o planeta

Registramos tudo, guardemo-los nas gavetas.






17 palavras

quarta-feira, outubro 14, 2009

Aos dificilmente alcançáveis (aos mortos nos campos de concentração nazistas)





Sucumbidos nos campos de concentração
Humanos espancados, submetidos, explorados, desaparecidos
Porém, não refutados, nunca esquecidos.







*17 palavras adaptadas 
a obra de Beltold Brecht.

terça-feira, outubro 13, 2009

Diga-me! (eu vou lá buscá-la)




Se souber onde ela está...

... Encontre detalhes na “écloga definitiva”, caro Virgílio

Estou exausto nessas linhas tênues.






*17 palavras que homenageiam Tim Maia.

segunda-feira, outubro 12, 2009

Como saborear os efeitos (das opiniões)







Inconscientemente, busco opiniões agradáveis agora

Lá fora, juízos e temperos, salgam idéias

Aqui dentro, adoço a matéria.






17 palavras.

domingo, outubro 11, 2009

Suas insinuações ensoberbecem-me (e refletem no temperamento)









Suas insinuações me ataviam, ensoberbecem-me

Conduzem-me a muralha amarga dos rochedos hipócritas


Tornam-se ornamentos desusados, obsoletos; descarto-os.







17 palavras.

sábado, outubro 10, 2009

De volta às origens (sobre o poeta que um dia partiu)





Do templo dos esquecidos parti
Vaguei pela nação dos condenados, teceram-me acusações
Hoje, num retorno inevitável, deparei-me.






17 palavras.

sexta-feira, outubro 09, 2009

A atual é sempre a definitiva




Já fostes açoitado pela paixão?
Meus sentimentos medíocres parecem profundos em comparação
Mas passam, recomeça outra sedução.





17 palavras.

quinta-feira, outubro 08, 2009

Rubem Fonseca e a hora da metamorfose




"Não haverá borboletas
Se a vida não passar
Por longas e silenciosas
Metamorfoses..."






"... A força do meu ato
E não apenas da minha imaginação
Foi a impulsão que fará de mim
Um verdadeiro escritor."


{Pequenas criaturas: Começo}
*Rubem Fonseca em releitura: http://www.releituras.com/rfonseca_bio.asp
*Imagens: Marcio Medeiros.

quarta-feira, outubro 07, 2009

Quando as opiniões incomodam (ninguém me perguntou)






Outras opiniões geram brados, excitam-lhes
Todavia são breves, pois o hábito delongado
Torturam-lhes, ferem-lhes, deixam-lhes atordoados.




17 palavras.

terça-feira, outubro 06, 2009

O poeta virtual e a hora da metamorfose






Minha vida, nunca houve igual

Vim de um lugar que não existe

E, como ele, sou ficcional.

domingo, outubro 04, 2009

Ascensão da alma





I

Minha cama está em chamas
Esqueço os sonhos das noites passadas, meditação
Queimo moroso, dissipado em solidão.




II

A combustão é lenta, confunde-te
Melhor que consumir-se rapidamente, efemeridade
Não me apague, dê-me eternidade.



17 palavras (em dobro).

sábado, outubro 03, 2009

Aos meus belos amigos (renegá-los-ei?)











Meu cérebro encheu-se e transbordou

Noite passada, aquele bicarbonato destruiu meus propósitos

O tempo festeja minha angústia.





17 palavras.

sexta-feira, outubro 02, 2009

Mau poeta (demasiado humano)





Sou um mau poeta tentando

Terminar uma estrofe sorrindo, emocionando, concluindo, rimando

Mas, o pensamento forte, inquieta-me.





17 palavras.