domingo, fevereiro 06, 2011

A batedora de carteiras



Tão jovem e repleta de ferrugem
Uma groupie sem reflexo no espelho
Tal qual um espectro pelas ruas de Londres
Fugiu do quarto 100, percebendo que perdera os lábios


Vermelhos, nos ombros o peso da estupidez
Deixara a inocência na América, sua adicção tornava-a oca
Parecia não ter sangue, fé muito pouca...
Algo mais nos gestos pálidos, na insensatez?


Seus olhos não remetiam dó nem piedade
Inválidos, como cães de rua famintos...
Que vagam por comida nessa cidade
Andam nos becos, procurando um afago


Aquela menina vaga pensando em Vicious
Pelos arredores do Chelsea Hotel na busca de um trago
Procurando fugir da realidade, num baixo teto voar
Sob picadas, por saciedade, sem desejo de parar
É obsessiva e aperfeiçoou-se na arte de punguear.



*A Nancy Spungen
(1958-1978).

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