segunda-feira, janeiro 09, 2012

Quando deparei-me com aquela tempestade em janeiro


A voz da tempestade, em meus ouvidos, ecoou:
Sem acepção, os bons e os maus temerão os dias vindouros!
Ao longe pude ouvi-la e agora, rapidamente se aproximou
Diante desse sonho, desfez-se a nebulosidade nos meus olhos


Quem se alegrará na alvorada?
Resta-me um verso, raio de lucidez na calçada alagada
Não molhe nossas bibliotecas, nossas roupas no varal
Purifique nossos ares, preserve nossos livros, nossas fotografias, nossos filhos


Acene-me, com ramos e ventos suaves, ao final
Vi um menino deslizar pela enxurrada...
... Sem rastro, como a noite negra que passou
Em seu tecido encharcado e gasto, reparava-me


À minha frente, sua face pálida me fitou
Nunca mais me esqueci daqueles olhos desconcertantes
Porque aquele olhar refletido n' água precipitada


Ah meu Deus, fez-me chorar!
Era negro e profundo...
... Era o meu, a me questionar


Um comentário:

  1. As tormentas interiores são sempre as piores...ou não!Quando se redireciona para a criação nascem belas obras,como esta aqui!
    Abrç!

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