“A todos vocês, que eu amei e que eu amo
Ícones guardados num coração-caverna
Como quem num banquete ergue a taça e celebra
Repleto de versos, levanto o meu crânio.”
(Vladimir Maiakovski)
No Hotel Mário Quintana
As noites são silenciosas e leves
As madrugadas, negras e frescas
Antemanhã, visita dos passarinhos nas janelas
Não importa a geléia de amora
Nem a torrada no café matinal
Deixei de beber leite ainda jovem
E nunca gostei de cereal
Deixem-me em paz!
Não preciso de serviço de quarto
Deixem tudo onde está, só assim é que me acho
Diacho! Já lhes falei sobre o tamanho do quarto¹...
... Pode ser minúsculo, só preciso de uma escrivaninha!
Eu caibo dentro de mim mesmo² e saio cedo, só volto à tardinha.
*¹.².Diálogo entre Mário Quintana e Paulo Roberto Falcão.
*Homenagem ao poeta morador de hotéis.