quarta-feira, setembro 01, 2010

Paraíso antagônico


Fez-se o silêncio e o amor nasceu
Em mistério cresceu em meio às feridas
Da vida, triste de mim que estou vencido


Padecido, visualizo os restos mortais, já não posso repousar
Repousar minha cabeça em teus seios puros
Descançá-la enquanto a noite dorme...
Os ventos se acalmam e fez-se o funeral
Nele, houve ausência de toda e qualquer forma de ruído
Apenas os sapatos para ocasiões fúnebres emitiam sons
Estavam negros e tão brilhantes quando tudo parou e as lágrimas correram
E a morte, veio abrandar dos presentes
Tamanha dor, mérito e silente beleza


Nunca mais os calçarei, do paraíso antagônico farei
A morada que preciso e nela, ansioso, esperá-la-ei
Havia muitas coroas naquele funeral em Rosegarden.






*Homenagem a John Cale
(09/03/1942).

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