domingo, abril 03, 2011

Com o amor não se brinca






Você incendiou o meu mundo. Dizendo-me que poderia me tirar da solidão. Resgatar-me do fundo... Daquele poço; nunca havia conhecido uma pessoa assim. Tão decidida, tão carinhosa e tão cheia de intenções



Segundas tolas e rotineiras, tornava-as inesquecíveis para mim. Os ponteiros giravam e nós extraíamos o máximo um do outro. Tinha o controle da situação, dizia para mim mesma que não iria me apaixonar, apenas curtir suas provocações. Só iríamos jogar um jogo perverso com inúmeras concessões. Um jogo em que ambos entramos sabendo as regras e demo-nos liberdade às amplas movimentações



Além de conhecermos muito bem as possibilidades de jogadas, as permissões. Das peças; passei a sonhar com você e acho que isso também aconteceu contigo. Às pressas, sua face e gestos mudaram, os seus modos de cavalheiro se deturparam em performances teatrais. Não fui a culpada e nem foi culpa sua; contracenamos num roteiro feito pelo destino . E seu comportamento só encontrava a pulsão satisfatória...



... Quando introduzia objetos e falas inadequadas a conjuntura que eu permitia. Redescobri que, nesse mundo só há flertes e superficialidades, desatinos. Ninguém ama ninguém e não queríamos nos apaixonar. É a famosa situação “sobre controle” que o sentimento nos desafia... Faz questão de desafiar-nos dia após dia, nos dando migalhas afetivas e roubando nossa pouca alegria.


*Baseado em: “Wicked Game”, canção de Chris Isaak.

Um comentário:

  1. As peças se sobrepõem no tabuleiro. O que seria o amor senão um jogo indefinido?

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