terça-feira, fevereiro 21, 2012

Rua Aurora, 69


Próximo à República, trabalho
Não discrimino, não tenho fobias nem preconceito, trabalho
O que me faz fazer isso?
Trabalho... Na Aurora, todas as noites, trabalho


Sinceramente, sou bonita sem maquiagem?
Sou divertida quando eu faço uma tirada?
Você me entende e me quer, então eu te quero
Antes de me conhecer, já buscava o que eu tinha para lhe oferecer


O lance evoluiu, você me trouxe o que eu buscava, em seu bolso
Da frente, nessa noite, outubro quente
Sem chuva, você será meu namorado por 45 minutos
Até o fim, eu serei sua, sem arrependimentos, só amor programado


Nós podemos transar até morrermos, lado a lado
Voltaremos à juventude, caminharemos abobados
Assim seremos jovens, rolando nesse gramado imaginário?


De novo, você me fez cair em um sonho adolescente
Prepotente, eu fico tão excitada que não conseguirei dormir, essa noite
Sendo-me tão excitante, fica um pouco mais caro, devo-lhe admitir, sorridente


Complacente, você me paga...
E voltará, em breve, novamente

Um comentário:

  1. Comenta poeticamente o cotidiano com uma facilidade de fazer inveja. És um poeta de mão cheia meu amigo. Parabéns!

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