Se parece é porque é
Não adianta fugir, Próspero Príncipe
Nem se esconder com seus vassalos
Durante muito tempo, seus otários
Devasto esse país, sem ensaios
O sangue que brota dos poros como orvalhos
As dores e vertigens são a marca dos trabalhos
Esse processo não dura meia hora
Sou rápida em meus afazeres
Não há como fugir, não seja tolo, nem me ignore
É só o tempo para perdoar dívidas, detratores e recitar bendizeres
Cercaste-se numa muralha, fiquei sabendo
Lá dentro nada lhe falta
Tem bons vinhos, diversão a contento
Músicos e bailarinas, em segurança crescem seus rebentos
Mas, aqui fora só há desespero e lamentos
A face rubra da morte é popular em seu reino de ilusão
Sei que tens bom gosto, apreciador de cores e efeitos
Em sua festa havia tudo, muito brilho, fantasias e ornamentação
Então, o relógio ébano soou meia-noite
Aquela badalada metálica acelerou-me, gerou-me perturbação
Vesti a fantasia, rodopiando avancei pelo salão
Dancei com belas moças, até ouvir tua intervenção
Nosso encontro foi fatal, prostraste-se diante de mim
Só poderia terminar assim, com sua vida extinguindo-se em minhas mãos
Sou a Morte Rubra, orvalhando teu tapete de sangue, essa é minha sina
Dominar a Europa, espalhar aos ventos treva e ruína.
*Baseado no conto: “A máscara da morte rubra”
de Edgar Allan Poe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário