Iniciei-me precoce, suave e irreverente
Aviltação em matéria da criação inconsciente
Sua sedutora mostrando-lhe o precipício bem à frente
Vangloriava-me, de início, na arte da sedução incongruente
Numa incerta hesitação adolescente
Humilhava-me por não ser flor
Desprezava-me por ter seios assimétricos, sentir dor
Jogava-me em seus braços num fascínio inacabado, quase-amor
Tornava-me antipática pela perdulária fertilidade
Apesar da idade, exigia-me quadris com habilidade
Não era “a que se cheire”, acusava-me em defesa
Fingia que iria lhe esquecer, recomeçar, um jovem de minha idade conhecer
Cedo ou tarde, igualaríamos em emulação e desacertos
Nas manhãs, preenchia-me de indelicadeza viscosa e espessa
Não me deixaste pétalas ou folhas, só as palavras certas
Arrancaste-as em logro encanto, Sr. Humbert Humbert
Em incompatíveis emoções, seu forno me esquenta
Ferindo as conveniências, sendo inoportuno
Trouxe-me prejuízos e desvantagens e não se lamenta
Mas também lhe quis, desejei partir contigo, sem rumo, isso eu assumo!
*Baseado em "Lolita" romance
de Vladimir Nabokov (1955).
de Vladimir Nabokov (1955).
Lolita,Lolita!Emblemático,não simpatizo com rótulos,mas Lolita talvez seja um dos romances mais emblemáticos da literatura moderna.O sentido do proibido,latente em cada ação do protagonista.Lou,cheguei aqui pelo Brunão do Superlativo e curti muito.Valeu.o meu http://oficinamissoes.blogspot.com/ está de molho,mas tenho um projeto comum com mais dois caras muito bons chamado http://totolunatico.blogspot.com/ com contos despudorados e politicamente incorretos(também não curto essa definição,mas se faz necessario).aBRÇ!
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