segunda-feira, outubro 18, 2010

Medo do medo




“Depois que eu morrer, 
não morrerei nunca mais!”



Medo de sexta-feira 13?
Medo de superstição?
Derrame vascular cerebral?
Ataque fulminante do coração?
Há uma reunião em movimento no local disponível
Caímos no esquecimento e isso é importante
Descobrimos que o mundo não precisa de nós
Aliás, nunca precisou...
Podemos nos reunir novamente?
Sem aquela bendita autorização do Rogério Skylab?
Transito em julgado, acabaram-se os recursos vãos
Não há como recorrer, para onde nos levarão?
Quando tive legitimidade para representar
Cedi minha propriedade, procuração para certificar o óbito
O perigo era iminente, vinha pelo mar
Expressamente autorizado, não há o que contestar
Ressalvo alguns casos
Casos de fobias, fobias estranhas
Entranhas, fofobias
Quando ninguém me ouviu, gritei!
Medo do medo, fobofobias
Medo do pop, fotofobias
Mensuro a ansiedade
E, percebo que há caminhos de elevação
Medo de ficar solteiro?
Você, meu amigo... Tem medo de que?
Medo da câmera, medo do microfone?
Eu temo as águas rasas, baratas aladas
Tenho medo das pessoas, dos silicones
Sinto-me bem só com os cachorros
De rua, sarnentos e esquálidos; famintos
Medo de quebrar a medula?, nem sinto
Medo do desamparo, da solidão e do escuro
O que é belo a luz do sol, torna-se assustador nas madrugadas
O sol ainda demora, o horizonte é muito negro
Há de se morrer no vaso, pelo atraso, num engasgo, eu engulo.




*A Rogério Skylab
(02/09/1958).

Nenhum comentário:

Postar um comentário