quarta-feira, agosto 03, 2011

Sutil brutalidade


"Não quero saber do lirismo que não é libertação"
(Manuel Bandeira)


Semana de arte moderna?
Ah meu amigo, eu só preciso é de minha cabeça...
... Afinal, tu sabes, abomino cartazes!
Quanta libertinagem há no meio literário
Respeite meu humilde cotidiano, meu estilo é simples e delicado
Sou o centro de minha existência e ando muito ocupado
Comigo mesmo, observando, à tarde, aquela estrela que custa a brilhar
Não jogo cartas, não tenho os macetes do bilhar
Sonho pouco e não arrisco no "bicho"
Às vezes, vejo o Castor em seu carro, acenando ao passar...
.... Pela Lapa, na ABL nunca, mas sempre em Santa Tereza
A linguagem coloquial é minha destreza; tornei-me crítico em Artes Plásticas!
Mas logo abandonei essa existência encerrada, os clichês me asfixiam
1940 enfim chegou, arranquei a última folhinha do ano velho, a eleição já vem?
Me pergunto e não respondo!
Nas cinzas das horas aprendi a me relacionar com a vida, tornei-me imortal
Imortal que luta para se aproximar da morte, do pulmão adoeci debaixo de um baixo teto
Custa-me muito respirar, brutalidade da vida, minha existência terrena desviada
Eu queria mesmo era ser arquiteto!





*A Manuel Bandeira 
(19/04/1886 - 13/10/1968).

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