sexta-feira, maio 20, 2011

A hora da metamorfose (Pós-Escriptum)



Acabei de falecer...
E, ainda não sei perceber
Para onde estou indo arder


Procurei por uma placa de “Boas-vindas”
Não encontrei nenhuma, nada que me indique o que fazer
Consigo atinar-me só ao som das ondas e ao chegar das brumas


Caminho então, até o amanhecer, em qual direção?
Temo essa praia e não imagino como seria vagá-la em dispersão
Haveria de dia, barcos, aves, turistas e muita diversão?


Aguardá-lo-ei, mas não há nascer do sol convencional
Salinas, vento intenso e coçar dos olhos fazem-me muito mal
Rastejando passo horas, ergo-me diante ao lusco-fusco que me cega


Um inefável crepúsculo avisa-me e me absorve
Sinto e descubro que já é chegada...
A tão aguardada “hora da metamorfose.”



Imagem: Marcio R. de Medeiros

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