quarta-feira, fevereiro 17, 2010

Sobre uma visita inesperada




”Para todas as coisas um tempo determinado”



De súbito, o poeta perdeu a inspiração
No púlpito, condenava-se a vaidade
Eis que, percebi tua serenidade


Confortavelmente apavoradora
Chegaste terna e dolorosa, imaculada
Vieste só, privacidade anunciada?


Mas, voltaste acompanhada
O elástico se rompeu, infortúnio!
Nada mais nos une agora


Lá fora, os sinais
Ficaram para trás, presumo
És forte demais para mim


Em luto, não aceito-a
A chuva que cai são minhas lágrimas
Tenho o corpo em minhas mãos
Mas, as almas que levaste, onde estão?


Reluto, faço um haikais
Preencheste tuas páginas da vida?
Descansa agora, querida
E assim como veio, vai


Os rumores de outrora
Transformaram-se em lamentos
Faz-se presente tua ausência
Nunca mais a terei...
Não conseguimos nos despedir, bem sei
Em padecimento, transbordar-me-ei.


*Baseado no Capítulo 3 de Eclesiastes.

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