sábado, abril 24, 2010

Triste azul


Não preciso de ninguém além
De ti, acompanhada submetendo-se às tentações
E os nossos momentos mais felizes
Remetem-nos a partidas e desolações


O espírito da ludicidade nos penetrou trazendo
Sem pedirmos, um regozijo efêmero de uma fidelidade dúbia
E preteridos, aprendemos a manusear os lápis coloridos
Desenhamos, com eles, nossas personalidades e nossos corpos feridos


Focamos num relacionamento de júbilo frágil
Façamos um brinde, um brinde em silêncio com os piores
Tintos secos, solenemente, sabemos que são diferentes
Mas ainda sou do tipo dos que esperam coisas melhores


Seus tons azulados, suas covas no rosto lânguido
Mergulhado em sombras, sem ornamentos
Emoldurado pela confissão, verídica e duvidosa
E o resultado dessa colisão, acabou-se em rescisão
Numa desagradável ruptura de beleza dolorosa.





*A Joni Mitchell, canadense, nascida em 7 de novembro de 1943.
*Em 1971, a cantora lançou o álbum confessional “Blue” que vendeu mais de um milhão de cópias pelo mundo.
*Ao conteúdo desse álbum, presto minha homenagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário