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domingo, março 27, 2011

Trechos da confissão da senhorita Lucy Westenra a Mina Murray










I


Entendi o seu desejo e permaneci imóvel, impassível
Como um transe hipnótico, senti-me seduzida
E notei aqueles olhos vermelhos na escuridão
Pensei estar dormindo, esperando regressar daquela estranha dimensão




II


Mas, não...
... Enquanto corria a esmo os lobos uivaram
Seus uivos vinham da floresta, tarde demais
Tão próxima; morcegos rodeavam-me cada vez mais




III


Minha pavorosa experiência perturba-me o sono
O Conde me tocou, beijou-me e me possuiu
Ainda sinto o gosto de sangue em minha boca
No jardim, durante a tempestade, tomou-me nos braços




VI


Tornei-me impura, minha carne maculou-se
Evite-me, nunca mais verás minha face no espelho!
Faça-me uma oração e saiba:
Manterei esta marca em meu pescoço, até que
Chegue o Dia do Juízo
E então, perecerei com uma estaca no coração








*Baseado na obra: “Drácula” de Bram Stoker, romance de 1897

*“Drácula” de Bram Stoker (1992) – Direção: Francis Ford Coppola

quarta-feira, junho 03, 2009

Quase erro (ode a Mary Shelley) - Retinas Queimadas





Aquela menina nasceu
Filha de Golding se concebeu
Sua mãe do parto floresceu
E com Shelley se irrompeu.


O pai, resignado foi-se então
O padrasto o sobrenome deu-a senão
Sua mãe a iniciou na escrita
E na juventude se fez mulher aflita.


No castelo de Byron as férias passou
E, num lampejo a estória criou
Um terror fantástico
Que pelo mundo se consumou.


A obra, ao pai dedicou
Mas o sobrenome do padrasto herdou
Escrevia desde a infância, a ficção
Viveu no campo com forte obsessão.


Criar um conto, criar uma estória
Num quase erro, numa memória
Lembrou de fantasmas, lembrou do inicio
E na voraz escrita, uma obra no solstício.


A noite era sombria, lúgubre, mortal
Do sonho acordado, uma febre fatal
Desejou a criação feita com afeição
Que lhes tragam dor, dor e perdição.


O monstro sem nome
Herdou o seu do criador
Nesse quase erro
Todo mundo é entendedor.


Mary Shelley, saia do castelo
Mary Shelley, volte para casa
Nem Hamlet, nem Otelo
Fazem sombra à tuas asas.


O monstro sem nome
Herdou o seu do criador
Nesse quase erro
Todo mundo é entendedor.
Mary Shelley, saia do castelo
Mary Shelley, volte para casa
Nem Hamlet, nem Otelo
Fazem sombra à tuas asas.

"Ela plantara as sementes que tinha nas mãos. Não outras, só essas" 
(Clarice Lispector)

*Homenagem a Mary Shelley, escritora do romance gótico 
"Frankenstein" (1831).

Acesse RETINAS QUEIMADAS em: Canal no Youtube