segunda-feira, março 01, 2010

A trajetória do Depeche Mode e sua influência na música gótica contemporânea


Posso ser execrado pelos aficionados pelo Synthpop, mas o Depeche Mode talvez seja um dos padrinhos do som gótico peculiar dos anos 80 e que, de certa forma, se estende até os dias atuais.

Essa banda inglesa, formada em 1980 em Essex na Inglaterra, foi considerada como uma tentativa britânica de responder à influência dos alemães pioneiros da música eletrônica, o Kraftwerk.

A sua influência após o lançamento do álbum 'Black Celebration' em 1986, causa nos fãs, pelas palavras do compositor Martin Lee Gore: “uma sutil corrupção no mundo contemporâneo.”
Do embrião inconsequente do final dos 70’s e a aplicação da fórmula concisa do tecnopop perfeito a partir dos conceitos de Daniel Miller, no início dos 80’s, o Depeche Mode foi uma banda que envelheceu sem apodrecer.

Tendo na sua formação alguns integrantes essenciais, hoje a banda se resume a um trio: Dave Gahan, Martin Lee Gore e Andrew Fletcher.
Vince Clarke e Alan Wilder tiveram, sem dúvida, participações imprescindíveis no contexto da elaboração dos rumos que a proposta da banda iria trilhar.
Clarke, por ser o compositor pioneiro e emplacar no primeiro álbum o hit: 'Just Can’t Get Enough'.
O segundo, por trazer gradativamente arranjos peculiares que definiriam o som do Mode na transição das idéias e das influências do grupo através das décadas.
Alan foi responsável por desenvolver alguns clássicos, como as canções do álbum ‘Violator’ no início da década de 90 e o maior sucesso do grupo: 'Enjoy The Silence', composto por Martin L. Gore, mas produzido por ele.

Antes, em 1986, o Depeche Mode lança o álbum soturno e dramático: 'Black Celebration' que se torna rapidamente um divisor de águas na proposta do quarteto, abandonando o som eletrônico suave e o rótulo de "New Romantics", para uma nova abordagem com letras mais reflexivas e uma sonoridade complexa sem perder a característica do uso de samplers.
Esse álbum seria o ápice da transição e banda nunca mais retornaria as origens, não obstante, aperfeiçoaria o novo estilo adotado.

No ano seguinte, em 1987 chega as lojas o álbum: 'Music for the Masses', que só reforça as mudanças no estilo da banda e traz novos e exigentes fãs de música eletrônica e até mesmo do Rock ‘n Roll.
Os críticos aclamaram o álbum quase em unanimidade e o sucesso de vendas nos EUA foi extraordinário.
'Strangelove', 'Never Let Me Down Again' e 'Behind the Wheel' se tornam hits imediatos e são incessantemente tocados nas rádios do mundo todo.
Esse álbum gerou a tournée mais bem sucedida da banda que culminou com o álbum/filme: '101'. Até hoje, o melhor registro ao vivo do grupo.
Daí, ao auge gótico foram apenas 3 anos e o álbum 'Violator'.
O Depeche Mode se torna com maestria: “Pop e negro ao mesmo tempo”, afirmaria a revista 'Terrorizer', especialista no tema.
A banda se insere no universo gótico, trazendo-lhe novas tecnologias e as possibilidades oferecidas pelo sucesso comercial e sua abrangência junto aos jovens e apreciadores do “Movimento Gótico” ao redor do mundo.
Nesse álbum, a banda traz os sucessos: 'Enjoy the Silence', 'Personal Jesus' e 'Policy Of Truth', além de 'Clean', um elo distante entre 'One Of These Days' do Pink Floyd e o formato de músicas para dançar e refletir.
O sucesso do Depeche Mode, não se restringe mais a Europa, Japão e USA.

Alan Widler, arranjador e tecladista não leva os créditos pela inspiração que lança o Depeche Mode ao estrelato e, após a 'Devotional Tour' em meados dos 90's, a banda passa por um momento de turbulência intensa, culminando com a overdose e a tentativa de suicídio por parte do vocalista Dave Gahan, o que faz
Widler, optar pela saída da banda e dedicar-se exclusivamente ao seu projeto paralelo: Recoil.

Com o tempo, o Depeche Mode ficou cada vez maior e melhor, mais criativo, maduro e bem-produzido, tomando uma vantagem enorme em cima de seus concorrentes conterrâneos como o Pet Shop Boys, New Order e o Soft Cell e até sobre o próprio Kraftwerk, sendo considerado influência para diversas bandas, como: Smashing Pumpkins, Marilyn Manson, Ministry e Nine Inch Nails.

As bandas góticas passaram a utilizar samples e sintetizadores, em substituição às guitarras e baterias, mostrando como seria a cara do estilo, as margens do Século XXI.
Seu álbum mais recente, 'Sounds Of The Universe', foi lançado em 2009, e traz: 'Wrong', 'Fragile Tension' e 'Peace' como músicas de trabalho, com seus respectivos clipes fazendo parte da programação regular da Mtv.


#Discografia:

Álbuns de estúdio:

  • Speak & Spell (1981)
  • A Broken Frame (1982)
  • Construction Time Again (1983)
  • Some Great Reward (1984)
  • Black Celebration (1986)
  • Music for the Masses (1987)
  • Violator (1990)
  • Songs of Faith and Devotion (1993)
  • Ultra (1997)
  • Exciter (2001)
  • Playing The Angel (2005)
  • Sounds of the Universe (2009)

Álbuns ao vivo:

  • 101 (1989)
  • Songs of Faith and Devotion Live (1993)
*Fontes:
Wikipedia;
Baddeley, Gavin: Goth Chic e
Dimery, Robert: 1001 discos para ouvir antes de morrer.

Fly on the Windscreen (Devotional Tour)


Fonte: Youtube

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