Avião, pastas, rouxinol
Carros, mulheres, muitas gavetas
Futebol, gravatas e anjos tortos
Sombra de guarda-sol nos devotos
Degusto iguarias e
Aprecio conhaques
Sou frequentador de livrarias
Gauche na vida vestindo fraque
Revertendo as palavras, as sintaxes
De repente, espirro e não paro
Tusso e escarro clemência pura
Expurgo os elementos selados, os opostos ambivalentes
Suor, pus e sêmen expulsos em latência
Duma existência em pecados, parca alma, indigência
Meus desejos estão domados, tornaram-se escassos
Perco-me entre bondes por excessos de passos
Em acenos precisos, tomando táxis
Nutrindo esperanças a cada janeiro
Passo o ano inteiro contestando as práxis.
*Homenagem a Carlos Drummond de Andrade
(1902 - 1987).
(1902 - 1987).
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