quinta-feira, março 18, 2010

A vingança dos animais da floresta sobre o caçador e sua amada



Já desisti de aprovar teus atos, Hellen
Mas, também não desaprovo-te
Quando tens medo, teus olhos fazem coisas estranhas


Sei que não faz isso pelos outros, nem por mim
Satisfaça-se a si mesma com aquela oração de sempre
Não tiro vantagem dos teus vacilos, sabes disso


Allan, alguém chamou meu nome!
Não está acontecendo de novo!
Aquecer-me em teu fogo
É um dos poucos prazeres que me restaram ainda


E saiba, vou dizer:
Levo os prazeres muito a sério
Um bom fogo, um bom vinho numa nobre taça
São satisfações terrenas que faço questão de preservar


Além disso, quando te escolhi
Sabia dos teus afazeres
Conheci teus modos de vida aos poucos
E me surpreendi com todos eles


Sou um caçador, minha querida
Desde o inicio, fiz questão de mostrar-lhe
E minhas presas morrem pela minha mira
Não pelo prazer de Deus


Tranque a porta, volto ao anoitecer
Ah, não me deixe sozinha, ouça os uivos!
Vem de todos os lados e são de vingança aos sobrepujados
Sob o fardo do medo vou desfalecer?
Temo o crepúsculo e, no ocaso, aqueles seres distintos virão me abater...


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