quarta-feira, junho 09, 2010

Sobre gírias e Bilac


Semântica dos canalhas
Covarde audacioso
Sou leitor sensorial
Subjetivo
Extrapolado, curioso

Informações explícitas
Deixo de lado, impaciente
De fato, aprecio o insensato
Em implícitos pensamentos
E, benevolente, acato teu ato
Participo do presente

Pacato, nunca fui
Mas sei onde está
A carta que tu procuras
Sempre esteve em tua bolsa
Fobia de encontrar?
Receio de lê-la, se emocionar...

Fiz leituras prévias da missiva
Levantamento de hipóteses conclusivas
Cultivo a flor do Lácio em minha sala
Assim como Bilac
O Príncipe dos poetas em destaque
Jogo
da fala, tive idéias alusivas

É a última Parnasiana, sorrateira
Palavras que surgem fácil
E se incorporam, toda semana
Outras que se extinguem
Caem no ostracismo
Quem se ilude esperando mais?

Oprimidas pelos vindouros
Suprimem-se, são caladas
Entram no desuso da razão
Pela língua falada,
Extirpadas serão da comunicação
Mas, eis que surge o novo
Inédito jargão
Dinâmica expressão

E novas gírias são criadas
Incorporadas pela população
Disseminadas, faladas
E, novamente, cantá-las vão
Substituem-se as esquecidas
Novo dia, nova criação
Não falo como escrevo
Nunca desejei que fosse assim
Mas, as gírias reconheço
São uma ferramenta útil, mas não para mim!


 



*Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac 
(16/12/186528/12/1918).
Jornalista e poeta brasileiro, membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

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