sábado, julho 03, 2010

Gato negro calado


R.I.P. George Gordon Byron.




Torna-se o homem herói, somente depois?
Ouviu-se ao longe trovoadas, e ele se foi...
Uma rubra nuvem trouxe sombra ao funeral
De súbito, irrompeu-se o cadáver
Embevecido em vinho tinto
No momento do grande final



Um som de clarim... E um gato passa
O mundo foi arrebatado em negra hora
Fome, ódio, irracionalidade
Das fontes brotam sangue
Lentamente o gato passa...
Cena horrível, puder ver servirem-lhe o prato



Principal, ao chefe, o cardápio encharcado
Onde outrora havia glória e bonança
Há morte de reis, clérigos, vencedores, poetas e mambembes
E, sobre agonia, ruínas e lonas, o palco foi desmontado
Ao lado, lentamente o gato passa
Passa lento, vendo tudo e calado, passa.

Um comentário:

  1. Sombras no campo da eterna solidão
    Não podemos nos esquecer...
    cemitério abandonado.

    ResponderExcluir