domingo, julho 11, 2010

Deus






I

Deus existe e vive no céu?
Na maior e mais densa nuvem?
Mais branca que o branco, branquíssima
Ou está na Terra e deseja me alcançar?
Questões que não sei responder...
O que sei é que eu sempre O noto
Parado nos semáforos entre transeuntes
Se arrumando em seu quarto celeste, imagino-O
Quando Ele deseja me tocar
Veste suas luvas delicadamente



II

Vagando pelas ruas sujas, O encontrei
Surpreendi-me com Seu ato de humildade
De fato, fui posta em uma banheira
E, sendo lavada até ficar muito limpa
Depois disto, em privacidade, me acrescentou:
Para entender os Meus propósitos
E até mesmo a Criação do Universo
Você deverá provar o Fruto Proibido
Isto dito, despediu-se com um tchau
Disse-lhe tchau também



III

E permaneci-me limpa, limpíssima
Da nuca até os pés
Antes tarde do que nunca, despertam os fiéis
Mergulhei em direção ao âmago da Terra
Num lugar mais silencioso que o silêncio, silenciosíssimo
Mais lento que o devagar, lentíssimo
Até então, pensava que tinha visto...
Visto de tudo nesse planeta, visto as coisas se perpetuarem
Foi aí que conheci o lugar tão distante e tão próximo
Onde todas as metáforas se equivalem.








*Baseado em “Deus”: 
The Sugarcubes

*A Björk.

2 comentários:

  1. Oi Lou...
    Nietzsche realmente é atemporal. seus escritos são para a posteridade...ainda...incrível isso não? Mas, acho que isso é assim mesmo. As mentes mais esclarecidas, nunca se adequam ao tempo presente.

    Você tem uma visão diferenciada...eu sinto!
    Beijo!

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  2. Sir Lou James... mais uma obra marcante, em que se denota o amadurecimento de um ser que considero estar exercendo a profissão (entende-se o que quero dizer).

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