Ceara com corvos ou Corvos no campo de trigo.
(1890)
Esses espectros ao meu redor
Noite e dia me fascinam
E a emanação profunda d'alma
Lamenta inconsolável minha sina.
E nós vagamos
E nos lamentamos
Num abismo sem fronteiras
Pinto meu quarto e minhas cadeiras.
Acompanho o vento no campo
E os trigos vem e vão
Ao meu lado sobrevoam os corvos
Corvos negros como a escuridão.
Eles pressentem os meus passos
E reconhecem os meus caminhos
Precisos retratá-los...
Pelas frestas do moinho.
Corvos grasnam com intenção de...
São inteiramente maus?
Eu não sei
Eu não sei
Mas, estão vindo em minha direção.
Mutilando a orelha de Van Gogh
Meu Deus como pode?
São inteiramente maus?
Eu não sei.
Os corvos me mutilam
E depois se retiram
São inteiramente maus?
Eu não sei...
*Baseado em "Conflito do Espectro e Emanação": W. Blake.
*No dia 23/12/1888 o pintor
Vincent Van Gogh cortou um pedaço de sua orelha.
Que poema exelente!
ResponderExcluirParabéns Lou James