Acaso, óh criador,
Lhe pedi que do barro me moldasse homem?
Pedi para que me erguesse das trevas?
(Willian Golding)
O que sou, agora que me fizeste?
Qual o ânimo que sentes em transformar matéria em vida?
Lembra-te quando esquartejavas o animal vivo?
Para resgatar-lhe o sopro de vida que perdias?
Hoje sou mais que homem!
Sou rijo como a rocha, sólido como o minério.
Uma substância consistente molda meu coração...
E não é a mesma substância fria das geleiras do Norte.
A sombra sempre será negra?
E, na busca da incandescência, acenderei minha pira funerária em triunfo...
E exultarei a agonia das chamas que meu corpo produzirá.
E, finalmente, minhas cinzas serão varridas pelo vento em direção ao mar.
Adeus...
Ad calendas greccas.
*Baseado na obra: "Paraíso perdido, Ato X",
de John Milton(09/12/1608 - 08/11/1674).
Do pó tu viestes, ao pó tu retornarás
ResponderExcluir