Quando o homem atingiu a colina
Viu de cima as pessoas, as meninas
Tetos irregulares, sino a badalar
E lá embaixo, transeuntes a pecar.
Tirou os óculos, piscou os olhos
Olhou ao redor, saco no chão
Dentro dele
Um cadáver, um cão.
Cachorro desconhecido
Começou a cavar
Animal desaparecido
Sob a terra em breve estará?
Mas, se fosse outro?
O verdadeiro cão?
Enterrá-lo-ia na escuridão?
Quis olhá-lo melhor, gerou-lhe perturbação.
Aqui jazem os cães!
Pensou a olhar.
Ao redor várias covas.
Paisagem limiar.
Sua ideia era enterrar.
Necessidade criada, afã de cuidar.
Cuidar de um cão morto.
Pá na mão e um conforto.
Aqui mesmo, pensou.
E, num gesto grotesco, começou...
Pá fincada o chão abriu.
E com delicadeza o cão caiu.
Pousou naquela cova.
Viu terra na mão.
Admirou com certo gosto.
A sua perfeição.
Começou a pensar.
No verdadeiro cão.
E com dificuldade não encontrou a razão.
Deu-te então, o nome Abraão.
No cemitério dos cachorros loucos.
Esse homem trazia a dor.
Passava noites em claro.
E de dia professor.
Em sua cidade triste.
Ninguém o observava.
Mas ele recolhia.
Cada cão que encontrava.
Cães famintos, quase mortos.
Dava cabo, resignava.
Sua missão.
Os seres desintegrava.
Viu de cima as pessoas, as meninas
Tetos irregulares, sino a badalar
E lá embaixo, transeuntes a pecar.
Tirou os óculos, piscou os olhos
Olhou ao redor, saco no chão
Dentro dele
Um cadáver, um cão.
Cachorro desconhecido
Começou a cavar
Animal desaparecido
Sob a terra em breve estará?
Mas, se fosse outro?
O verdadeiro cão?
Enterrá-lo-ia na escuridão?
Quis olhá-lo melhor, gerou-lhe perturbação.
Aqui jazem os cães!
Pensou a olhar.
Ao redor várias covas.
Paisagem limiar.
Sua ideia era enterrar.
Necessidade criada, afã de cuidar.
Cuidar de um cão morto.
Pá na mão e um conforto.
Aqui mesmo, pensou.
E, num gesto grotesco, começou...
Pá fincada o chão abriu.
E com delicadeza o cão caiu.
Pousou naquela cova.
Viu terra na mão.
Admirou com certo gosto.
A sua perfeição.
Começou a pensar.
No verdadeiro cão.
E com dificuldade não encontrou a razão.
Deu-te então, o nome Abraão.
No cemitério dos cachorros loucos.
Esse homem trazia a dor.
Passava noites em claro.
E de dia professor.
Em sua cidade triste.
Ninguém o observava.
Mas ele recolhia.
Cada cão que encontrava.
Cães famintos, quase mortos.
Dava cabo, resignava.
Sua missão.
Os seres desintegrava.
Era assim que o queria.
Cobrir os cães com terra fria.
O professor de matemática.
Lecionava geometria.
Naquele dia frio.
Deu um suspiro fundo.
Um sorriso amarelo.
Um regozijo quase imundo.
Passava discreto, sua sina.
Inocente de libertação.
Abatia cães como insetos.
E no colégio outra missão.
Lembro-me de ti quando era pequeno.
Meu cachorro inquieto, sumindo era certo.
Aquele homem cheirava as ruas.
Num gesto repleto de agruras.
Quem é o cão heroico.
Quem sairá dessa punição?
Viver é uma alegria?
Para os cães uma missão.
Cobrir os cães com terra fria.
O professor de matemática.
Lecionava geometria.
Naquele dia frio.
Deu um suspiro fundo.
Um sorriso amarelo.
Um regozijo quase imundo.
Passava discreto, sua sina.
Inocente de libertação.
Abatia cães como insetos.
E no colégio outra missão.
Lembro-me de ti quando era pequeno.
Meu cachorro inquieto, sumindo era certo.
Aquele homem cheirava as ruas.
Num gesto repleto de agruras.
Quem é o cão heroico.
Quem sairá dessa punição?
Viver é uma alegria?
Para os cães uma missão.
Eu via a angustia em seus olhos.
Via a angústia de ser cão.
Quem poderia abandonar-te?
Matar-te com um ferrão?
Via a angústia de ser cão.
Quem poderia abandonar-te?
Matar-te com um ferrão?
*Baseado no conto:
"O crime do professor de matemática"
de Clarice Lispector.
"O crime do professor de matemática"
de Clarice Lispector.
Stephen King... hey, ho let's go!
ResponderExcluirthe pet cemetery