Um dia vou encontrar a cura. A cura para a mágoa, a cura para a dor. Estará em rituais? Ou no cume do vulcão extinto? Faminto e sem dinheiro. Gastei tudo o que tinha dentro daquela caverna. Vamos celebrar o controle de mim mesmo. Há alguns metros, vejo a taberna. E me convido a um drink. A esmo, com frio e solitário. Adentro-me na busca incessante de algo. E, pelo espelho da vitrine percebo
Que não ando... Pelo chão molhado, rastejo. Toda terça-feira jogávamos cartas. Apostávamos cervejas no jogo de bilhar. Íamos àquele motel com um enorme neon à frente. Decente, havia nele, perfumados lençóis. Após, voltávamos inebriados para nossas casas. Eu para a minha, de madeira, a sós. Você para a sua, se aquecer junto à lareira. “Meu marido”, você dizia, “é um homem justo, mas muito ciumento”. “Violento? Não, não o acho violento”. “Acho que você sabe o que ele é... E o que gosta de fazer quando está sozinho”
... Ouço uma voz trêmula. Que vem do fundo da sala. Eu também tenho algo a dizer. Mas, preciso ver o seu rosto e saber. Se realmente é quem penso que seja. Você só deseja... Fugir daqui, escapar dessa enrascada. O que fizemos? Porque adultos não podem brincar? Se satisfazerem, esquecerem o tempo, subirem ao palco da vida. E cantarem aquela venha canção conhecida. Por todos seremos julgados, destronados, a uma ilha condenados. Diferente, muito diferente de quando nos fomos apresentados. Havia uma “vontade de possuir” no seu olhar. Um certo desejo, também apetecia-me. Bem vejo... Caímos em nossa própria armadilha.