Perco-me nos corredores daquele hotel
Nele, passo as noites flutuando sobre seus empoeirados carpetes
Isso é o suficiente para me deixar doente
Johnny traz-me o que preciso enrolado em plásticos transparentes
Ele vem agora... Estaciona perfeitamente
Vejo-o chegando, da janela fico à sua espera
Deve ter acabado de tomar o elevador
E se dirige ao quarto 115, ou seria o 506?
Talvez ele me encontre
E me trate mal outra vez
Ele pensa que é alguém, porque seu pai é alguém
Somos humanos de espírito ausente
Confundo o passado com o presente
Não estou para suas brincadeiras
Mas, mesmo o amor perfeito não é duradouro
Dê-me o que preciso, sei que está em seu bolso
Do negro blusão de couro, o mesmo de sempre
Desde a primeira vez, usava-o
Agora, usa-me em brincadeiras inconsequentes
Hoje, está diferente... O que se passa?
À minha frente, percebo uma jovem indolente
Apática, carrega sedas e papéis, chama-se Ingrid
Venham todos agora, entrem, vão se acomodando
Em breve a festa acaba, fico eu no Chelsea Hotel...
Onde meu mundo está sempre desmoronando.
*A Nico (16/10/1938 - 18/07/1988)
e seu álbum:
“Chelsea Girl” de 1967.
e seu álbum:
“Chelsea Girl” de 1967.